“O corpo para a psicanálise, é um enlaçamento do Real, Imaginário e Simbólico; corpo
atravessado pelos significantes advindos do Outro, sendo também constituído por determinada imagem.”
(Ângela Mucida – 2017)
Para falar de sexualidade na velhice, vamos nos reportar ao conceito de sexualidade na psicanálise.
Freud com seus estudos lança uma grande diferença sobre o conceito de sexualidade, que até então era baseado na biologia, sendo que a sexologia via a sexualidade baseada na anatomia corporal, junção entre macho e fêmea com o intuito de reproduzir, conceito este ainda baseado na questão do instinto.
Freud através de sua prática enxerga um cenário diferente, para a psicanálise a sexualidade tem haver com todas as modalidades de prazer; oral, anal, escópica, fálica, ligada a voz, ao corpo, a respiração, ao discurso, a fantasia, aos ideais. Ligada, portanto a entrada do desejo e esta ligada as nossas fantasias.
Para tanto Freud vai formalizar o conceito de Pulsão – Trieb, uma força, um impacto constante que nos habita. Está presente desde sempre na nossa formação. Assim a sexualidade diz respeito as trocas que o sujeito realiza com o mundo. Podemos vê-la como um labirinto e cada um haverá de encontrar o seu caminho. Independente da configuração corporal, cada um irá encontrar a sua forma de desejar.
Esclarecendo este conceito, ao pensarmos a questão da sexualidade na velhice, não se pode afirmar que a vida sexual termina ou diminui, apenas mudamos as formas pelas quais o erotismo se manifesta.
A afetividade é importante para o processo de envelhecimento saudável, assim essas mudanças não significão o fim da expressão ou do desejo sexual.
Assim, Mucida (2017) nos diz: “… A sexualidade do idoso pode encontrar caminhos inéditos nos quais o desejo, que não morre, encontra outras maneiras de inscrição.”