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Cláudia Dadalt

Cláudia Dadalt

Psicóloga e Psicanalista

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Reflexões Sobre o que Restou

16 de março de 2011 by Sistema

O desejo de estudar a Pulsão, enquanto conceito psicanalítico surge como resto do cartel realizado nos anos de 2003/04, sobre transferência, quando apresentei os trabalhos: “A transferência permitiu-me claudicar” e “Inquietações transferenciais”.

Não será redundante enfatizar que a Pulsão e a Transferência fazem parte do que Lacan denominou em 1964 como: “Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise”, a saber: Inconsciente, Repetição, Transferência e Pulsão.

Já apontei em algum outro ensaio que é impossível estudar um conceito isolado de um arcabouço teórico prático tão imbricado e intrínseco como o psicanalítico.

Deve-se estudá-los no seu conjunto.

Assim para estudar a Pulsão faz-se necessário adentrar a teoria, levando-nos a pensar entre outras coisas a questão do sintoma.

Mas, porque o Sintoma?

Afinal é Freud que nos coloca que o sintoma é uma formação do inconsciente, é efeito de um recalque e representa uma satisfação substitutiva. Sendo assim vai dizer que o sujeito ama seu sintoma. Por isso Lacan vai afirma que o sintoma é o que existe de mais singular ao sujeito. Pontuando que: “… o uso da função da pulsão não tem para nós outro valor senão o de por em questão o que é da satisfação.”¹. Indicando-nos que é através dos sintomas que a Pulsão dá seus sinais.

Lacan nos aponta, em seu seminário 23, à página 18, que: “… as pulsões são, no corpo, o eco do fato de que há um dizer.” No seminário 11 coloca que ao separar o olhar da visão, vamos nos deparar com a pulsão escópica, pontuando que Freud em 1915 a coloca em primeiro plano e diz que ela não é semelhante as outras pulsões, pois é a que evita de modo mais ardiloso a castração. Vai ainda justapor a pulsão escópica a pulsão invocante.

Entretanto, no seminário sobre o sintoma vai asseverar que o corpo tem orifícios que não se fecham, e o mais importante é o ouvido, que no corpo vai responder pela pulsão invocante, ou seja, a voz, aludindo que o olhar lhe faz notável competição.

Lacan nos leva assim a pensar o corpo como depositário Real disto que nos consiste e nos faz surgir como sujeitos barrados ($), abrindo-nos assim a possibilidade de nos tornarmos seres desejantes.

Ainda no seminário 11, Lacan vai apor a pulsão com o gozo. Sendo o gozo aquilo que nos leva a transpor a barreira da castração quando somos movidos pelo imperativo do mais gozar. Distinguindo como modos de gozo as vicissitudes que Freud nos mostrou que a Pulsão sofre.

Mas o que goza?

É Miller que nos ajuda a compreender isto dizendo que o que goza é a libido que se fixa, “… a libido evolui e atrasa-se, e é suscetível de se fixar…”². Porém, Miller vai elucidar que o que se fixa é o “sentido” que o sujeito dá imaginariamente a esse gozo, que o leva para além do princípio do prazer, buscando sempre uma satisfação a mais.

No seminário 23, Lacan nos diz que há um possível que pode vir a cessar esse Real de se escrever e nos diz que é a castração. Castração instalada pela falta fundadora que vai permitir ao sujeito deslizar pela cadeia metonímica e desejar, para não mais buscar uma satisfação a mais no gozo.

Assim conclui Miller que o “desejo é sempre nostalgia”, faz lembrar de algo, mas permite deslizar, porque há nele um eterno “não é isso”; ao passo que a  “pulsão é satisfação”, não é o objeto perdido e sim o encontrado.

O que, na clínica, vai nos chegar como algo cheio de sentido, cabe a intervenção psicanalítica buscar junto ao sujeito os determinantes de sua conduta e instaurar o não sentido.  Possibilitando ao sujeito confrontar-se com sua falta a ser e sua castração, para que assim, ao deixar surgir o sujeito entre um significante e outro, possa deixar cair o objeto que um dia foi para o Outro, e aceder ao desejo. Ao que Lacan vai pontuar:

 

“… na medida em que esse desejo, nós o definimos alhures como a metonímia de nosso ser. O arroio onde se situa o desejo não é apenas a modulação da cadeia significante, mas o que corre por baixo, que é propriamente falando, o que somos, e também o que não somos, nosso ser e nosso não-ser –  o que no ato é significado, passa de um significante ao outro da cadeia, sob todas as significações.”³

 

1. LACAN, JACQUES. 1964 – O Seminário Livro 11 – pg. 158 – Rio de Janeiro – Jorge Zahar Editor, 1973.

2. MILLER, JACQUES-ALAIN – 1994 – SILET Os paradoxos da pulsão de Freud a Lacan – pg. 189 – Rio de Janeiro – Jorge Zahar Editor, 2005.

3. LACAN, JACQUES. 1960 – O Seminário Livro 7 – pg. 385 – Rio de Janeiro – Jorge Zahar Editor, 1997.

 

Cartel: Das Pulsões em Freud as Pulsões em Lacan apresentado em,

“Felicidade, isso é Possível?” Atas da XI Jornada de Cartéis e VII Colóquio da EBP Delegação Paraná 2008

Arquivado em: Artigos Marcados com as tags: Conceito, Corpo, Desejo, Falta, Fundamental, Gozo, Pulsão

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