Sabemos que a Depressão é a mais comum das doenças psiquiátricas – e que atinge quase 20% da população mundial, segundo dados da OMS.
Depressão não é tristeza, é doença. Precisa de tratamento psiquiátrico aliado a psicoterapia; quando se apresenta em suas formas moderada ou grave. Em sua forma leve, admite-se apenas o tratamento psicoterápico. Suas manifestações sintomáticas são o rebaixamento do humor, redução da energia, diminuição da atividade, alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda do interesse, diminuição da capacidade de concentração, fadiga, distúrbio do sono, distúrbio do apetite, diminuição da autoestima e da autoconfiança e o sujeito ainda pode alimentar em seu consciente ideias de culpabilidade e/ou indignidade. Estes sintomas geram perturbações em particular no campo social e interpessoal.
M. R. Kelh nos diz que a Depressão é uma forma muito particular e avassaladora daquilo que corriqueiramente chamamos a dor de viver.
A nossa subjetividade é construída como um jardim japonês, que tenta inspirar a serenidade e a introspecção ao incorporar elementos simbólicos e naturais, com se fossem um canteiro de ilusões, que nos fornecem uma multiplicidade de fios com os quais tecemos uma rede de sentidos para a nossa existência.
A depressão seria o rompimento desta rede de sentido e amparo, que nos lança numa floresta sombria, escura e vazia de ideais, expectativas, aspirações e sonhos…
Um rompimento que leva o sujeito a uma inibição generalizada perante a vida, a um impasse na causa de seu desejo. Levando-o a ser tomado de pensamentos que desqualificam o viver.
Contardo Calligaris pontua que: “(…) a depressão não é o mal de quem não teria uma grande razão para viver. Depressão é ter perdido (ou não encontrar) o encanto do cotidiano.”.
A depressão leva o sujeito a ficar, imerso em uma floresta sombria e escura cheia pensamentos que o tragam num excesso de sentidos que inibem a ação. Porque leva o sujeito a esquecer que a experiência de viver, por mais transitória que seja, é todo o sentido do qual precisamos para que possamos nos encantar com o cotidiano, possibilitando-nos voltar a passear no jardim japonês.
CLÁUDIA CRISTINA DADALT.